quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Festival de Teatro

Está acontecendo, aqui em Florianópolis, durante toda esta semana, o 18º Festival de Teatro Isnard Azevedo. Ontem fomos, nós duas, prestigiar o Espetáculo Circo do Só Eu. E foi tão lindo!

Alguém já viu gente grande que chora ao assistir um palhaço? Pois eu chorei! Helena adorou e eu chorei! Uma apresentação sensível, cheia de brincadeiras e palhaçadas! Mas o mais emocionante foi ver a comunidade participando, brincando, numa integração total, esquecendo os problemas, dando risada... Criança, adulto, gente moça e gente velha...

Hoje nós vamos de novo!

Saudade

Como é essa coisa de saudade que resolve de repente bater no coração da gente? Como explicar este sentimento tão bem designado em nossa língua pátria? Saudade... O que é isso? E como é possível sentir saudade de alguém com quem a gente nunca conviveu?

Mas é isso! Há poucos dias Helena me disse que estava com saudades da Marina, filha do Val, que morou nos Estados Unidos por bastante tempo, desde antes do meu namoro com o Val começar. Não nos conhecemos pessoalmente, nos falamos de vez em quando por internet ou telefone, mas o sentimento é esse mesmo que Helena definiu: SAUDADE.

Marina está voltando para o Brasil com o namorado numa aventura que começou na metade de 2011, de moto pelas américas e pode ser acompanhada pelo blog Sul Azul em três línguas: inglês, espanhol e português. A previsão é que cheguem por aqui para passar o ano novo conosco!

Volta logo, Marina! Estamos com saudades!

Barbie

Dia desses fui pela primeira vez até a locadora com a Helena e permiti que ela escolhesse um filme para assistirmos juntas. Escolheu "Barbie e o Segredo das Fadas".

Confesso que quando era criança eu gostava da Barbie e brincava bastante com esta boneca. Assim que comecei a entender um pouquinho como as coisas funcionam e como é complicado este consumismo exacerbado que o brinquedo incentiva, passei a detestá-la.

A sacanagem número um desta história é que incentivam o consumismo logo das crianças, que deveriam se preocupar só com o prazer que a brincadeira proporciona. 

O apelo publicitário voltado para as crianças está em tudo: roupas, sapatos, brinquedos e até óculos - que é o produto que me garante o pão de cada dia. Tudo tem um personagem de desenho animado, uma boneca, uma apresentadora de programa infantil...

A sacanagem número dois é que os dvds da Barbie estavam justamente na altura dos olhos da minha filha! Eu sei que não vou conseguir deixá-la imune a isso tudo: as amigas da escola têm Barbie, as primas também - um dia desses Helena chegou em casa cantando uma música da Kelly Key, "Barbie Girl". Não quero ser daquelas mães que proibem tudo, porque tenho consciência de que o proibido sempre é mais gostoso...

Com uma dor imensurável no peito levei o tal dvd para casa. Depois do jantar começamos a assistir: que coisa horrível! O filme é de uma futilidade inacreditável! Muito pior do que esses filmes americanos que passam na sessão da tarde, cuja história é sempre a mesma: a menina esquisitinha que conquista o menino mais desejadoda escola e vai ao baile com ele! Não aguentei nem dez minutos! Ainda bem que Helena também não gostou!

Começa com as bonecas escolhendo - entre milhares - sapatos, roupas e bolsas para um evento de moda/beleza. Depois a Barbie convida umas fadas do bem para almoçar numa rede de fast food famosa e elas combinam o tipo de roupa e sapato que usarão para tal almoço. Uma fada do mal se apaixona e rouba o namorado da Barbie.

Não consegui ir além disso. O filme estava me embrulhando o estômago. Conversei com minha filha, expliquei que aquele filme não era adequado para a idade dela, que o Cocoricó, a Dora, a Pink Dink Doo, o Charlie e Lola, etc. são legais porque nos ensinam a ajudar, cuidar dos animais, da natureza, dos amigos... Mas que aquele filme ali não ensinava nada. Ela logo pediu para trocar o dvd.

Na hora fiquei pensando se tinha agido certo ou não... Às vezes é bem difícil ser mãe! Mas no dia seguinte ela mesma falou que o filme era chato.

Telefonando

Helena está descobrindo o teclado do telefone e brinca de telefonar para as pessoas. Esses dias a brincadeira era no meu celular:

- Dá para ligar para o telefone aqui de casa, queres ver?

- Quero!

Fui ditando os números e ela teclando.

- Agora vai tocar o telefone lá na sala.

Assim que o telefone da sala tocou, Helena saiu correndo para atender:

- Alô?

- Oi, Helena! - respondi.

- Quem é?

- É a mamãe, filha.

Desligou o telefone na mesma hora e voltou para a copa, onde eu estava, exatamente o cômodo ao lado da sala:

- Que susto, mãe! Pensei que fosse a tia Calaca! A voz é igualzinha!

Arnaldo Antunes 3

Existem algumas músicas que quero muito deixar como "legado cultural" para minha pequena. Selecionei algumas e mostrei a ela: "O Ronco da Cuíca" do João Bosco (que já é "legado cultural" assimilado do gosto musical da minha mãe), "Relampiano" do Lenine, "Zé do Caroço" da Leci Brandão e "Nossa Casa" do Arnaldo Antunes.

Helena assistiu com atenção, mas lógico que se encantou com o Arnaldo Antunes. Eu não tinha dito a ela quem eram os cantores, estava apenas mostrando as músicas, numa lista de reprodução do youtube que criei:

- É o Arnaldo Antunes, mãe?

- É sim, filha!

- Ele está cantando com crianças?

- Está.

- Por que ele está cantando com crianças, mãe?

- Porque ele gosta de cantar com as crianças!

- Ah, mãe! Eu também quero cantar com o Arnaldo Antunes!

- Eu também!

Passeio na semana da criança

Semana da criança na escola. Estava programado um passeio até uma casa de festas com piscina de bolinhas, cama elástica, escorregador gigante e vários outros brinquedos no estilo. Helena acordou ansiosa:

- É hoje o passeio da minha escola! Estou tão animada! Meu coração está animado! Parece até que eu vou chorar de emoção!