Fotografia: Suzana Pires
que nasço o sol
de todo dia
sobre as costas
a abóboda do mundo
os pés sangrando
...
trafego com as mãos
e os joelhos esfolados
tantos foram
os tombos que levei
(alguns por descuido
outros por maldade)
...
dentro do oco da balança
tento equilibrar a existência
:
ser pesa mais do que não ser
busco conforto
na tela da memória
confronto fronts
travo batalhas inimagináveis
entre o que fui e o que sou
:
o viço e a nulidade
...
meus olhos apáticos
pousam no balanço
que vovô instalou
na goiabeira
sim... o balanço...
nele a criança que fui
sonhava que podia voar
...
o balanço
:
resquício da infância
ao lado dele amarro a corda
:
o corpo ficará pendurado
e eu
– finalmente –
passarinho serei
- Bianca Velloso -
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