Depois de descobrir as letras e estar quase entendendo a formação dos fonemas, Helena começa a desvendar os números e o que eles representam enquanto quantidade. Passa o dia inteiro contando:
- Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze, doze, treze, catorze, quinze, dezesseis, dezessete, dezoito, dezenove, trinta, trinta e um, trinta e dois... - assim mesmo, do dezenove pula para o trinta!
Estende os dedinhos e me pede para contar - dois na mão direita mais um na mão esquerda:
- Conta, mãe!
- Um, dois, três!
Três na mão direita mais três na mão esquerda:
- E agora, mãe?
- Um, dois, três, quatro, cinco, seis!
Diariamente me pede para responder:
- Cinco anos ainda é criança, mãe?
- É, filha!
- E seis?
- Também!
- E dez?
- É criança ainda!
- E treze?
- Treze é adolescente!
- E quinze?
- Adolescente também!
- E dezoito?
- Com dezoito começa a ficar adulto...
- Onde eu vou estudar quando tiver dez anos?
- No ensino fundamental.
- E quando tiver quinze anos?
- No ensino médio.
- E quando tiver dezoito?
- Na universidade.
Hoje fomos assistir à apresentação do grupo Gira Coro na Universidade Federal de Santa Catarina. Não é muito fácil convencê-la a sair. Por ela fica o dia inteiro em casa brincando de escola (sempre a mesma brincadeira). É preciso prepará-la psicologicamente desde cedo. De manhã fiz o convite:
- Filha, vamos a um show hoje de noite?
- Vamos!
- Legal, então eu vou te buscar mais cedo na escola e nós vamos direto para o show.
- Tá bom! É música, mãe?
- É, filha, é música sim!
- Onde vai ser?
- Vai ser lá na universidade onde a Tata estuda.
- Mãe? - pensei que ela me faria uma pergunta relacionada ainda ao show.
- Fala, filhota!
- Quantos anos a Tata tem? Dezoito?
A Tata é minha querida amiga Marta Magda, que foi minha professora quando eu tinha dez anos de idade, portanto tem pelo menos uns quinze a mais do que eu.
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