domingo, 22 de agosto de 2010

Outros, Novos e Velhos Poemas

A proposta inicial deste blog era registrar a poesia cotidiana da vida de uma mãe que acompanha de perto, de muito perto, o crescimento, as inquietações e as peripécias de sua filhotinha.

Conforme a cria conquista independência, passo por passo, por enquanto ainda nas pequenas tarefas do fazer diário (sentar sozinha no vaso sanitário, abrir a geladeira sem ajuda e escolher o que comer, entre outras coisas), a vida desta mamãe vai ganhando ares de outras tantas poesias cotidianas, narradas aqui em prosa não para deixar a intimidade exposta, mas um relato emocional de tudo aquilo que pode ser percebido como poesia viva/vivida: um gesto de carinho; um sorriso; ou um fim de semana lindo temperado com muito amor doce e delicado, pastel no Mercadão, docinho árabe, a perda de um celular, acolhimento dos amigos, pizza, literatura compartilhada na cama, salmão com cenoura, vinho, arroz com canela, teatro sem nexo, afeto, cerveja, pão sírio e pastas árabes, desencontros, um pouquinho de tristeza, compreensão, cumplicidade, lombo com molho de gorgonzola e arroz selvagem.

A poesia se apresenta sob diversas formas em nosso entorno, basta saber apreciá-la, acatentá-la, degustá-la. Não é difícil, é só deixar que as sensações (alegres ou tristes) arrepiem os pelos e inundem a alma.

Helenoca, cheirinho de pipoca, minha filhota amada, escrevo como forma de expressar sentimentos que talvez tenha dificuldade para falar, mas também para que saibas por mim quem é a tua mamãe. Tomara que esta poesia que experimento e conquisto todo dia te diga que viver vale a pena. Esta mamãe, embora tenha demorado a se libertar de certos tabus, tem o espírito libertário. Te prometo, meu amor, que seremos muito felizes com a felicidade uma da outra, sempre companheiras.

Muito obrigada Namorado, Elena, Pedro, Dona Carmen, Serginho, Inez, Haroldo e Regina, vocês me acrescentaram um pouquinho mais de poesia nestes dias.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A Lua

Quase todos os dias voltarmos da escola a pé, brincando, cantando, fazendo cócegas. Hoje, quando estávamos abrindo o portão para entrar em casa, deitei-a no meu colo como se fosse um bebê e ela olhou para o céu:


- Olha, mãe! A lua! Tá quase ficando noite, né? Vamos cantar a música da lua? "A lua, lua, luaaaaa... A lua quando ela roda é nova, crescente ou meia-lua, quando ela roda, minguante e meia, depois é lua novamente... mente quem diz que a lua é velha..." (foi a Tia Calaca quem ensinou esta música pra ela).


Helena adora a lua, mas o que me impressiona são essas relações de tempo que ela faz. Basta que a lua esteja no céu que ela identifica, seja a hora que for... Ninguém nunca disse a ela que quando está quase anoitecendo a lua fica iluminada, mas sozinha ela percebeu este fenômeno e fez esta construção mental!


Marcos Neves, um grande amigo, físico, educador e sonhador, um dia me disse que "quem não olha para o céu, pelo menos uma vez por semana, não sabe sonhar". Que assim seja, minha filhota, mamãe quer tua vida iluminada de lua, iluminada de sonhos, iluminada de garra, determinação e persistência para transformar sonhos em realidade!