segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Calcinhas e cuecas

Algumas das roupas que não servem mais na Helena acabam passando para as bonecas, as calcinhas principalmente, pois essas não acho legal passar para outra criança. No meio de uma brincadeira com a avó ela se dá conta:

- Não tem cueca para os meus bonecos meninos!

Resultado: passei no 1,99 e comprei quatro cuequinhas para que ela pudesse vestir os meninos!

Mudança de Horário

Ontem mudou o horário, entramos novamente no horário de inverno. Hoje, 11h e 30min, Helena pergunta:

- Mãe, por que está demorando tanto para ser a hora do almoço?

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Primeira mudança de turma na escola

Helena está ansiosa com a troca de professora. Ficou dois anos no "G. Baby" e segunda-feira começa a frequentar o "G 1", está grande. Passou a semana toda com saudade da professora antiga. Ontem fomos até a escola para conhecer a nova sala e a nova professora. Greice, a professora antiga, também estava lá.

- Vai lá, Helê, vai dar um beijo na Greice!

Ficou num estado eufórico, misto de ansiedade, alegria e vergonha. Não beijou, se escondeu entre minha saia. De noite custou a dormir, deitamos na cama e ela não parava de conversar, eu dizia para fecharmos os olhos e ela pedia para continuarmos conversando. Por um momento ficou quietinha e depois falou:

- Mãe, acabou o beijo da Greice agora. Não tem mais beijo pra ela.

- Ah é? E o meu beijo?

- O teu não acabou, pra ti tem um monte.

Perguntei sobre os beijos da Vó, do Val, do Dindo, da Tia Thais, da Tia Calaca, da Tia Luana, da Marina, da Luiza, do Papai, das primas... Para todos ainda tinha um monte. Que construção interessante que ela fez para fechar um ciclo da vida...

Sobre a morte

Meu tio mais próximo e mais querido faleceu recentemente. Helena acompanhou a história toda e, como sempre, perguntava o tempo todo:

- Cadê a Vó?

- A Vó está cuidando do irmão dela, que está dodói no hospital.

- Por que ele está no hospital?

- Porque ele estava se achando gordo, queria emagrecer, não se alimentava direito, passava o dia todo tomando coca-cola zero e comendo pouquinho, ficou fraquinho, pegou uma gripe muito forte e está no hospital, os médicos estão cuidando dele, a Vó também...

Ele foi internado no dia 26/12 e faleceu no dia 03/01. Não escondi nada dela, contei que o Tio morreu, ela repetiu os porques todos durante uma semana, até que parou de perguntar.

Um dia, brincando de pediatra, ela era a médica e nós, eu, o Val e a Vó Eunice, levávamos nossos filhos bonecos para consultar. Val chegou com o filho, o Mohamed, na pediatra:

- Médica, meu filho está doente, está muito magrinho, não quer comer nada, o que eu faço com ele?

- Ah, deixa morrer! - respondeu.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Esquecimento

O Val está nos Estados Unidos com suas filhotas. Ligou e foi Helena quem atendeu:

- Alô, é quem?

- Oi Helê, é o Val! Que saudade!

Falaram mais alguma coisa e ela me passou o telefone. Horas depois, no meio de uma brincadeira, perguntei:

- Falaste com o Val filha?

- Falei!

- Ele disse que estava com saudades de ti?

- Não, ele esqueceu!

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Carne Crua

Helena adora comer carne crua. Eu vivo brigando, dizendo que ela pode ficar doente, que dá dor de barriga, mas ela sempre me enrola e rouba uns pedacinhos.

Ontem, quando preparávamos o jantar tive que chamar a atenção mais uma vez:

- Helena! Eu já te falei que não é para comer carne crua!

- Ah, mãe!

- Só este pedacinho então! E chega, estou colocando a carne na frigideira!

- Então eu não vou engolir, pra não acabar! - E ficou enrolando com aquele pedaço de carne crua na boca um tempão, quando engoliu fez a maior choradeira!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Bebezinho Muçulmano

Desde que nasceu Helena tem um boneco negro que até então não tinha nome, era chamado por ela e por todos nós de "Bebezinho". Há poucos dias ela resolveu batiza-lo com o nome do namorado libanês da tia que está fazendo doutorado na França:

- Mohamed! O Bebezinho agora vai se chamar Mohamed!

Passou o dia abraçada no boneco, dizendo que era filho dela. Levou o Mohamed até para o restaurante. E não deixava ninguém pega-lo. A mãe de uma menininha que também almoçava lá puxou assunto com ela:

- Como é o nome do teu bebezinho?

- Mohamed - disse agarrada ao boneco, apertando com muita força, com medo que a mulher pedisse para segura-lo.

- Como?

- Mohamed - repetiu.

- Nossa, que nome mais complexo - disse a mulher admirada.

Bisnaguinhas

Ao tira-la da piscina perguntei:

- O que queres lanchar, meu amor, pode ser bisnaguinha?

- Pode.

- Quantas tu queres? Uma ou duas?

- Quero quarenta!

Ri, não dei bola e preparei duas bisnaguinhas com mumu (doce de leite). Entreguei uma em cada mãozinha dela. Pegou as bisnaguinhas, me encarou séria e disse:

- Ô Mãe, eu disse que eu quero quarenta!

- Tá bom, filha, come essas duas aí que depois eu te dou as outras trinta e oito!

Lógico que comeu as duas e ficou satisfeita.

Maria-Mole

Passamos numa padaria e o guloso do meu Namorado não resistiu a uma maria-mole, mandou embrulhar e levou pra casa. Antes de comer ofereceu para Helena provar. Ela tinha acabado de sair do banheiro correndo onde tinha feito sabe-se lá o que, não deu nem tempo de eu falar para voltar e lavar as mãos. Diante da oferta arregalou aqueles olhos grandes, deu uma bela apalpada na maria-mole, sentiu a consistência molenga e disse:

-Não quero!

O Val olhou com cara de nojo para o doce, titubeou por alguns segundos, pensando: e agora, como ou não como? Comeu!

Caimos na gargalhada. Depois explicamos a ela que sempre se deve lavar as mãos ao sair do banheiro.