domingo, 13 de novembro de 2011

Trabalho Infantil

Ontem Helena quis ir para loja comigo. Ela adora brincar de fazer limpeza. Enquanto eu atendia, pegou pano e limpa-vidros e foi esfregar a vitrine - dá para imaginar a lambança que ela fez, né? Uma moça que passava por ali resolveu fazer graça com ela:

- Oi! Estás trabalhando hoje?

- Não! Eu sou criança! Criança não trabalha!

- Ah, tá... Estás só fazendo um free então...

- É!

Assim que o cliente saiu a moça entrou às gargalhadas para me contar!

Constatações...

Helena constatou:

- A mamãe tem a voz parecida com a da Tia Calaca! E a voz do Val se parece com a do Papai Noel e a do Coelho da Páscoa!

Sobre a vinda do Papai Noel

Estávamos montando a árvore de Natal quando o telefone tocou: era a Tia Calaca, falando lá do hemisfério norte. Helena atendeu:

- Oi Tia! Eu estou montando a árvore de Natal com a mamãe!

- Ah, que legal! O Papai Noel vai aí?

- Vem sim!

- E será que ele vem aqui na minha casa também?

- Tia Calaca! Aí na França é inverno! O Papai Noel só vem no verão!

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Realidade e Imaginação

O Val tem duas filhas, Marina e Luiza. A Luiza mora em São Paulo e nós já conhecemos, hoje chega em Floripa com o namorado para passar o fim de semana conosco. A Marina morou um tempão nos Estados Unidos e chega por aqui no fim do ano.

- Helena, a Luiza e o Thiago estão chegando hoje!

- Oba! Eu vou brincar com eles! Eu adoro a Luiza! Eu gosto mais da Luiza do que da Marina!

- Ah, filha, isso deve ser porque a Luiza a gente já conhece, já brincou com ela... A Marina a gente só conhece pelo computador!

- É, né, mãe? A Luiza a gente conhece de verdade e a Marina só existe na nossa imaginação!

Sobre as coisas simples (ou Sobre o privilégio de morar em Florianópolis)

Apesar do trânsito cada vez mais caótico e dos engarrafamentos que nos fazem passar horas ao volante, morar em Florianópolis pode ser sim um privilégio. Basta que se tenha olhos sensíveis e atentos.

Passo todos os dias pela Lagoa da Conceição para chegar ao trabalho. De vez em quando paro no meio do caminho para admirar a beleza, principalmente quando estou voltando para casa, no fim da tarde. As imagens nos enchem os olhos e a alma. Uma vez fiz o trajeto de bicicleta, com a liberação das endorfinas que a atividade física proporciona, tudo fica ainda mais lindo! É uma pena que andar de bicicleta por aqui ainda seja muito arriscado (não existem ciclovias na Lagoa e a maioria dos motoristas não respeita os ciclistas - nem se dão conta de que uma bicicleta na rua é um carro a menos trancando o trânsito!).

Ontem de manhã, dirigindo a caminho do trabalho, vi uma cena emocionante: uma pata na Lagoa com seus patinhos todos nadando atrás. Helena estava comigo. Dei meia-volta e parei o carro:

- Olha lá, filha, que coisa linda! Estás vendo a mamãe pata com os patinhos?

- Estou! Que legal!

Ficamos uns minutinhos admirando o nado daquelas criaturinhas, depois seguimos nosso rumo. Alguns metros a frente, Helena pediu:

- Mãe, para o carro que eu quero te mostrar uma coisa!

Onde estávamos era impossível, parar, já estávamos quase entrando numa via mais movimentada:

- Ah, filhota, agora não dá mais para parar, o que queres me mostrar?

- Um passarinho ali andando na grama!

Não sei o quanto sou eu e o quanto é ela que me ensina! Obrigada, minha filha, por me fazer olhar cada vez mais para as coisas simples!