quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Felicidade no olhar

Como é gostoso ver a felicidade estampada nos olhos de quem a gente quer bem!
Aqueles olhos claros que já vi tão tristes, hoje estavam lá, diante de mim, radiantes!
(conjuntivosos, porém radiantes!)
Muitas vezes choramos juntas
Mas hoje o dia foi pura alegria
Contou-me das suas loucuras,
Trocamos confidências
Rimos dos nossos desejos inconfessáveis
- tá bom, nem tão inconfessáveis assim, porque somos duas mulheres bem resolvidas! -
das nossas histórias, das nossas trapalhadas e até dos nossos receios!
Ah, minha querida amiga Marta Magda, a felicidade te cai tão bem!

Bianca Velloso

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Pé na tábua e fé na estrada

Tenho poucas certezas na vida, mas trago comigo algumas crenças:

Acredito que existem vários universos dentro do universo que nos é apresentado pela ciência - diferentes universos que se chocam, se atritam, se visitam, se completam, se contemplam, se constróem, se orientam... Creio que habito o universo dos sonhos, muito embora os testes optométricos digam que meu hemisfério cerebral dominante é o da razão...

Gosto das coisas que me fazem sair da zona de conforto, que quebram paradigmas, que me levam a passear nesses outros universos paralelos...

Tenho meu norte, que pode muito bem ser um sul, um oeste, um leste, nordeste, noroeste, sudeste ou sudoeste...

Gosto da simplicidade, do meio do mato e de todas as possibilidades do fervor da da cidade... Intensidade...

Subo no salto ou ando descalça sem a menor cerimônia ou parcimônia...

Gosto da naturalidade, da transparência da alma, da informalidade, da gente que luta, que não se acomoda, que se transforma, que se transborda, que se lambuza, que não se esconde, que enfrenta suas dúvidas, seus medos...

Acredito na esperança, na mudança do mundo, na diferença, na igualdade, na labuta, e, sobretudo,

ACREDITO NO AMOR!

 - Bianca Velloso -

Poetando...




Eis o meu lema:

"Pé na tábua e fé na estrada,
Não às certezas e sim aos sonhos."

E, quando encontrar um amor,
Que seja ele todo dia um novo sonho,
O mesmo amor, o mesmo homem,
Um sonho real, concreto e infinito
A cada dia...

Que ele não tenha medo,
Porque eu ajudo a inventar
A poesia nossa de cada dia!

Bianca Velloso

A Filha do Rei

"A Princesa

Quando lhe perguntaram o nome, Lili espantou-se muito:

- Ué! Mas todo mundo sabe..." - Mario Quintana, no livro Lili inventa o mundo



Helena não queria jantar, queria apenas comer morangos. Devia ter uns 7 ou 8 meses quando experimentou a fruta pela primeira vez e desde então morango é ítem obrigatório na geladeira de casa. Ela já sabe a história: 

Estávamos em Porto Alegre e passamos em frente a um mercado onde estavam expostos morangos que pareciam apetitosos. Comprei e quase não consegui comer, porque ela adorou e devorou.

Mas, voltando à história do jantar, falei que poderia comer morango de sobremesa. Não se convenceu. Resolvi contar uma história, com o objetivo de distraí-la enquanto tentava fazer com que comesse um pouco. A estratégia funcionou. Contei a história da Sherazade. Ela gostou e pediu outra. Não sou muito boa para contar histórias sem livro:

- Ah, filha, agora não consigo lembrar de nenhuma outra história...

- Inventa então, mãe!

Putz, pior ainda! Inventar história? Eu escrevo, mas minhas histórias são todas reais. Acho que sou racional demais. Tenho dificuldade em entrar no campo da fantasia, das invenções... Porém, não podia perder a oportunidade de fazê-la continuar comendo! Comecei a história:

- Era uma vez um pirata que navegava pelos mares com o objetivo de encontrar a ilha de um rei muito rico e poderoso. O pirata queria roubar todo o tesouro do rei. Já navegava há sete dias e sete noites quando, enfim, encontrou a ilha. Acontece que, chegando lá, esqueceu dos planos de roubar o tesouro do rei... Sabes por que, Helena?

- Não. Por quê?

- Porque ele se apaixonou pela filha do rei! Sabes quem é a filha do rei?

- Claro, né, mãe? Filha de rei é princesa!

- Isso, o pirata se apaixonou pela princesa!

- Mãe! Tu estás contando uma história que já aconteceu de verdade! Assim não vale!

- Já aconteceu? Quando? Como assim?

- Lembra lá no Beto Carreiro? O pirata se apaixonou por mim!

- Então tá, né? Princesa!



Bianca Velloso

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Sobre os palavrões

Helena tem, por parte do pai, duas primas mais ou menos da mesma idade que ela: Lara - com quem mantém uma boa relação - e Marina - cuja relação é permeada de ciúmes e implicâncias mútuas.
Hoje, ao chegar da casa do pai, falou:
- Mãe, sabia que "pê-ô-erre-a" é palavrão?
- Hummm... Sei... E quem foi que te disse isso? 
- A Lara!
- Hummmm... - Respondi tentando entender o que pensar dessa história. Mas logo, a própria Helena me deu a deixa para que eu pudesse fazê-la pensar:
- E a Marina falou que todas as palavras são palavrões!
- Interessante isso, filha! Sabes que a Marina tem razão? Todas as palavras podem ser palavrões, dependendo da maneira como elas são ditas!

Não sei se ajudei na reflexão ou se dei um nó na cabeça da minha filha... Mas ela que se acostume, porque a mãe é meio esquisitinha mesmo e é assim que vai ter que aprender a colocar a cabeça para funcionar!

- Bianca Velloso -

sábado, 13 de outubro de 2012

Intensidade



O medo paralisa e a ansiedade atropela
Hoje cá estou, assombrada por estes sentimentos...
Calafrios percorrem meu corpo...
Arrepios... Movimento...
O que será?
Melhor não pensar...
Viver, deixar acontecer...
Ousar?
Melhor escrever, serenar...
Acalentar a parte boa dessa confusão que faz a vida valer a pena...

- Bianca Velloso -