quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Dinheirinho

Estou querendo comprar um aparelho de som para o carro. Hoje fomos visitar o Vovô Paulinho e perto da óptica dele tem uma loja de acessórios automotivos. Parei para dar uma olhada nos preços e programar a compra:

- O que tu estás vendo, mãe?

- Um aparelho de som para o nosso carro.

- Tu vais comprar?

- Ainda não, estou vendo os preços, este mês não tenho dinheiro, acho que mês que vem eu consigo comprar.

- Eu te dou um dinheirinho pra tu colocares o som no nosso carro, tá?

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Conversa Surreal

Criança tem cada conversa sem pé nem cabeça! Mas não existe nada melhor do que poder participar dessas fantasias. Estávamos as duas tomando banho de banheira, ela veio devagarinho para o meu colo e começou a sessão perguntas:

- E se tu tivesses cinco olhos, mamãe?

- Eu seria um monstro!

- Um Monstro S.A.? - em referência ao desenho animado "Monstros S.A.".

- É, um Monstro S.A.

- E se eu tivesse oito braços, mamãe?

- Aí tu serias um Monstro S.A. E se tu tivesses seis orelhas?

- Eu ia ser um Monstro S.A., mamãe!

- E se eu tivesse quatro tetas? - perguntei imaginando que ela responderia que eu seria um Monstro S.A. e eu retrucaria dizendo que se tivesse quatro tetas seria uma vaca, porque há uns poucos dias contei a ela que a vaca tem quatro tetas, mas diante da resposta dela só caindo na gargalhada mesmo:

- Se tu tivesses quatro tetas eu te mamava, né? - respondeu a bezerrinha adorando a ideia.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Sobre a morte

Conversávamos amenidades sentadas no sofá:

- Como é o nome do teu dindo, filha?

- Henrique!

- E sabes o nome do meu dindo?

- Não!

- É Calicho.

- Ele já morreu, mãe?

- Não, não morreu não, hoje de tarde ele me telefonou e nós conversamos.

- E se ele morrer, mãe?

- Se ele morrer? Ah, aí eu vou no enterro dele, se eu não tiver morrido antes!

- E se tu morrer, mãe?

- Se eu morrer, Hele? Ah. não sei! Ah, eu não quero morrer não! Tomara que ainda demore bastante tempo para eu morrer!

- Se tu morrer aí tu fica lá "morrida" e nós - eu, a Vó, a Calaca, a Luana - "ficam" aqui!

Na sorveteria

Estávamos as duas na sorveteria e passou um senhor por nós em quem eu nem tinha prestado atenção. Helena fala bem alto e rindo:

- Ô mãe, aquele homem tem teta!

- Fica quietinha, filha! Ai, que vergonha!

- Tu estás com vergonha do homem porque ele tem teta, mãe?

sábado, 11 de setembro de 2010

Códigos

A pedagogia me ensinou que antes de decifrar a escrita, a criança reconhece e decifra signos, símbolos e marcas.

Helena vê um ônibus escolar cuja propaganda traseira é da escola onde estuda:

- Mãe, olha esse ônibus é da minha escola, né?

- É sim, filhota. Como tu sabes?

- Tá escrito atrás: "Escola da Helena".

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Linguagem

Brincando no pátio, ela aparece com uma folha na mão:

- Olha mãe, eu peguei ali naquela "ávili".

- Ah, que legal, meu amor, bonita folha! Mas não é "ávili", é árvore.

- "Ávere".

- "Ár-vo-re".

- "Ár-ve-re".

Ri e tentei mudar de assunto, pra não ficar daquelas mães pentelhas que exigem pronúncia perfeita de uma criança com menos de três anos de idade.

- Ah, mãe! Deixa eu tentar falar direito! "Ár-ve-re"!

Compras

Eu precisava comprar um utensílio no 1,99 e convidei a pequena para irmos a pé até lá. Distância de uns 400m, mais ou menos, que ela insiste em fazer no colo.

No meio do caminho, Helena anuncia:

- Eu também vou comprar uma coisa lá no 1,99.

- Ah é? E trouxeste dinheiro?

- Não!

- Então, como é que vais comprar?

Pensou um pouco e respondeu:

- Eu compro... E a mamãe paga!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Correspondência

Hoje, ao buscarmos a correspondência na caixa de correio, Helena perguntou:

- Não tem carta pra mim?

Só contas e propagandas. Dei a ela um panfleto eleitoral com fotos e desenhos coloridos:

- Aqui, filha, uma carta pra ti!

- Isso não é carta, mãe! É uma revista!