segunda-feira, 18 de abril de 2011

Gnocchi





Eu e o Val compramos para Helena um avental da Mafalda. Entreguei o presente a ela:

- É pra quê, mãe?

- Para cozinhar, meu amor! No fim de semana nós vamos fazer gnocchi e queremos a tua ajuda, aí colocas o teu avental novo!

- Posso colocar agora para experimentar?

- Pode, meu amor, vem cá que eu te ajudo.

Vestiu o avental e foi para o espelho. Voltou pedindo:

- Mãe, pega as minhas panelinhas que eu vou cozinhar pra ti.

Enquanto tirava as panelas da estante perguntei:

- E o que tu vais cozinhar para mim, meu amor?

- Agrião e Pinocchio!

Ainda sobre a morte

- Mãe? E se o avião bater nas pessoas que estão lá no céu?

- O avião não bate nas pessoas que estão lá no céu, meu amor!

- Por quê?

- Porque as pessoas que estão no céu estão muito mais no alto do que o avião passa, o avião não alcança onde as pessoas estão.

- E se ele alcançar, mãe?

- Mas ele não alcança, filha.

- E se o avião crescer muito e alcançar, mãe?

- Ah, filha, aí eu não sei...

- Mãe, onde é que as pessoas que estão lá no céu dormem quando o céu está cheio de estrelinhas?

- Não sei, filha, acho que é numa nuvem.

- Mas quando está cheio de estrelinhas no céu não tem nuvem, mãe!

- É, não sei, filha, eu nunca fui lá no céu!

Sobre a morte

- Mãe, cadê a minha pasta de dente?

- Está no nosso banheiro.

- Quando tu morreres o banheiro vai ser só meu, né mãe?

- Vai, filha, mas eu não quero morrer não! Tomara que ainda demore bastante tempo para eu morrer!

- Por que, mãe?

- Porque morrer é muito ruim!

- Por que, mãe?

- Ah, se eu morresse tu ficarias triste, não ficarias?

- Não!

- Mas se eu morrer não vais ter mais colinho de mãe, nem teta...

Ficou quietinha um pouco, pensativa, depois falou:

- Mãe, eu quando tu morreres eu quero morrer junto contigo!

Comentando o noticiário

Noticiário da manhã, o reporter anuncia:

- Uma casa neste condomínio chega a custar cinco milhões de reais.

Helena estava deitada no meu colo. Só percebi que ela estava prestando atenção quando comentou:

- Cinco milhões de reais! Que caro, né mãe?

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Sobre a alegria

Depois de alguns dias resfriada, rejeitando todos os alimentos que lhe eram oferecidos, Helena acorda pedindo:

- Mama, me faz uma dedê (mamadeira)?

Só quem tem filhos sabe a alegria que a gente sente quando, depois de dias comendo como um passarinho, a criança volta a ter apetite:

- Faço, filha, lógico!

- O que é lógico, mãe?

Melhor ainda quando o apetite volta com essa deliciosa curiosidade infantil. Enchi minha pequena de beijos!

- Quando a gente diz, é lógico, quer dizer: é claro que sim!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Sobre música e comida


O Val fez esta foto e colocou no Facebook. Chamei a filhota e perguntei:

- Quem é?

- A Mama! Onde tu estavas, Mama?

- Estava assistindo a mãe da Sophia cantar!

- E a Débora estava onde?

- Estava cantando!

- E o que tu estavas fazendo, Mama?

- Estava comendo.

- Comendo o quê?

- Bolinho de bacalhau.

Ficou pensativa por uns segundos e depois me pediu:

- Um dia tu me levas para ver a mãe da Sophia cantar? Eu quero experimentar bolinho de bacalhau também!

Adulta

Reinando de sono, olhou-me choramingando:

- Eu não sou mais tua filha! Eu sou adulta agora!

- Ah é, dona adulta? Que bom! Então hoje eu não preciso dar teta pra ninguém!

Mudou de ideia rapidinho e no mesmo instante voltou a ser criança!

Sobre fotos, histórias e letras

Em Guarulhos, na casa do Val, antes de dormir, Helena selecionou um livro na estante e me pediu:

- Vamos ler, mãe?

Era a biografia do Tim Maia. Como ler este livro para ela? Abri nas fotos e comecei a falar sobre as imagens.

- Mãe, eu não quero ver fotos, eu quero ver letras!

Então tá!

Descansa coração e bate em paz!

Estávamos no carro, voltando para casa ao som da Fernanda Takai:

http://www.youtube.com/watch?v=TAhv4f3EHWg&feature=player_embedded

Helena estava sentada na sua cadeirinha, no banco de trás, quieta, e eu dirigindo.

Ao final da música, ela exclamou:

- Eu não bato no meu pai!

Minha Pequena Turca!

As brincadeiras da Helena estão cada vez mais complexas. Ontem montou uma loja e nos chamou para comprar pratos e copos de plástico.

Primeiro me vendeu um prato roxo e para a avó um cor-de-rosa. Um real cada.

Depois vendeu o copo verde para a avó e queria me vender o branco. Reclamei:

- Ah, mas eu vim nesta loja para comprar um copo verde!

- Mas agora só tem branco! - respondeu.

- Então me faz um desconto no branco que eu levo! Pode ser cinquenta centavos?

- Pode!

Comprei o copo branco por cinquenta centavos. A loja dela ainda vendia pratinhos de sobremesa. Perguntei:

- Quanto é este pratinho, moça?

- Dois "centávulos"!

No banho

Helena adora brincar no banho. Dia desses, mais de meia hora dentro da banheira, chamei:

- Pronto, filha, vamos sair do banho?

- Agora não posso, mãe, estou "acupada"!