quinta-feira, 8 de março de 2012

Aula de História

Dia desses saí com a Helena, precisava comprar um presente de aniversário para um coleguinha dela, passar na farmácia e depositar uns cheques de cliente no banco. Fizemos a volta exatamente nessa ordem: o presente do amigo, a farmácia - onde ela escolheu uma escova de dentes nova - e por último o banco.
As primeiras paradas ela fez numa boa, quando chegou a vez de ir ao banco reclamou:
- Não quero ir ao banco! É chato! Quero ir pra casa!
- Mas filha, eu preciso depositar esses cheques! Eu acabei de comprar um presente para o teu amigo e uma escova de dentes pra ti! Para comprar precisamos de dinheiro! Cheque se transforma em dinheiro quando depositamos no banco! Então vamos parar sim e depositar para que possamos continuar comprando as coisas que precisamos e queremos!
- E se não existisse dinheiro no mundo, mãe?
- Se não existisse dinheiro a gente ia precisar trocar as coisas.
- Como assim?
- Por exemplo, eu sei fazer óculos, então se alguém precisasse de óculos eu trocaria óculos por outra coisa da qual precisasse e que outra pessoa soubesse fazer como roupa, sapato...  Outras coisas a gente ia precisar fazer em casa, como comida, pão...
- Dá pra fazer pão em casa?
- Dá sim!
- Como?
- Mais ou menos parecido com o jeito que a gente faz bolo... Um dia se quiseres a gente pega uma receita e faz um pão em casa para que vejas como é e como fica o pão! Lembra aquele dia que a gente foi lá no sítio com o tio Ricardo e a Rafa e que tinha um pão bem grandão?
- Lembro!
- Então, aquele pão foi a tia Sirlene que fez, em casa!
- Lá no sítio não existe dinheiro, mãe?
- Existe, meu amor, mas pão feito em casa é gostoso e lá é mais longe de padaria, mercado, é melhor fazer em casa mesmo!  Teve uma época em que não existia dinheiro no mundo e as pessoas trocavam as coisas, mas isso já faz muito tempo!
- Quando foi isso, mãe?
- Foi antigamente, bem antigamente!
- Quando tu eras criança, mãe?
- Não filha, bem antes de eu existir.
- A vó já existia?
- Não, meu amor, ninguém que a gente conhece existia, nem a vó, nem a bisa... Todas as pessoas que existiram nessa época em que o dinheiro não existia já morreram!
É, filho põe a gente para raciocinar! É muito bom! O cérebro funciona melhor e faz milhares de novas conexões, basta a gente querer, ter paciência para responder e estar disposto a entrar em sintonia com a doçura, a curiosidade e o encantamento para o que para as crianças é novo e divertido!

Nova poesia de cada dia

Com o fim do relacionamento com o Val encerrei uma poesia vivida. Fechei o ciclo como quem costura um pacotinho e joga no mar. Aprendi bastante coisa e tirei proveito do aprendizado. Pensei em aquietar o coração. E decidi ser feliz. Só isso...
Não estava pensando em namorar ninguém não, mas eis que a vida resolveu me oferecer uma nova inspiração: mais pura, mais leve, mais simples, mais parecida com tudo aquilo que sonhei um dia... Plena, completa: o Ricardo e a doce Rafaela. A vida nos surpreende! E às vezes chego até a acreditar que nada acontece por acaso!
 Recebemos folha e caneta, agora é começar a escrever a nova poesia de cada dia, a quatro mãos, com toda doçura, todo carinho, toda compreensão, todo afeto, toda ternura, toda cumplicidade, todo companheirismo, todo tesão! 
Juntamos amizade, vontade, cores, odores, sabores, olhares, emoções, razões, libido, alma, matéria, corpo e mais a filharada... Vambora ver no que isso vai dar! E eu acredito que isso vai dar coisa boa, viu? Muito boa! Definitivamente!