segunda-feira, 23 de julho de 2012

Depois do fim

No início do mês chegou ao fim mais uma poesia dentro da minha história. Uma poesia que, pela maneira carinhosa como começou, cheguei a acreditar que não teria fim... Mas as coisas nem sempre são do jeito que a gente imagina... O Ricardo terminou o namoro comigo... E fiquei sem coragem de contar para Helena, que a essas alturas estava adorando ter a Rafa por perto, ir ao sítio em São José do Cerrito... Como eu poderia falar pra ela? Esperei que ela tocasse no assunto.

No meio de uma brincadeira matutina, Helena cantarolou:

- Com quem será,com quem será, com quem será que a mamãe vai casar? Vai depender, vai depender, vai depender se o Ricardo vai querer...

Resolvi que era a hora de contar:

- Ele não vai querer, filha!

- Como tu sabes, mãe?

- Porque ele não quer mais namorar comigo!

- Mas eu vou ficar com saudade da Rafa... - e assim falando chorou um choro sentido.

- Meu amor, a gente pode combinar com o Kao alguma coisa... Pode pedir pra ele trazê-la algum dia aqui, ou mesmo lá no sítio, em Lages...

- Mesmo assim eu vou ficar com saudade!

Aos poucos foi acalmando o choro e voltou a brincar. De noite tocou novamente no assunto:

- Mãe, liga pra Tio Ricardo!

- Ligar por que, filha?

- Pra saber se ele não quer mais mesmo namorar contigo!

- Não, filha, ele já falou que não quer!

- Por que tu não namoras o Val de novo então?

- Porque ele também já falou que não quer mais namorar comigo!

- Namora o Gido, mãe!

- Nada a ver, filha, o Gido é só meu amigo e além do mais ele já é namorado da Jussara!

- Quem é que tu vais namorar então?

- Por enquanto ninguém... Alguém que eu ainda não conheço... 

- "Tadinha" de ti, mãe!

- "Tadinha" por quê?

- Porque tu não tens namorado!

- Às vezes é bom ficar sem namorado, filha! A gente não precisa estar namorando pra ser feliz!

Não sei o que se passa na cabecinha dela sobre essa questão, sobre o significado do namoro. De minha parte não deixei de acreditar no amor, mas acredito que a maturidade nos permite escolher quem deixar entrar no coração. A partir daí se constroi o vínculo e o alimento para que a relação seja duradoura, definitiva: carinho, cumplicidade, companheirismo, sexualidade...

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