terça-feira, 5 de junho de 2018



vivo com foco no presente
num agora sem imediatismos
eu, que tenho aprendido a ser perene
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teu nome ecoa aqui. tal qual o mar. tal qual o mar que vem e que vai. vem e vai. e vem... e eu hermeticamente imersa na poesia que teu nome principia. é sempre o mar. é sempre água o que trazes contigo. ou será a água que te traz a mim?
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parte de mim crê no além. outra parte diz que tudo é fantasia. e já nem sei se acreditar faz mal ou bem. a parte que crê às vezes parece sisuda demais. diz que não devo invocar teu nome em vão. que isso pode te aborrecer, te prender... diz que preciso te deixar em paz. a paz às vezes é tão insossa, não é não?

a parte que não crê não é nada científica, muito pelo contrário. e, a despeito da saudade e dos arrependimentos, é brincalhona e curiosa. gosta de cambalhotas e gargalhadas. ela me diz que estás livre, independentemente do meu pe(n)sar. sabe muito bem que pertencemos, tu e eu, a mundos diferentes: o mundo de ser e o de não ser. mas gosta de misturar, de miscigenar, de fazer de nós universos distintos capazes de se visitar.

por isso fiz de ti este interlocutor sempre pronto a escutar e preencher meus silêncios. gosto quando tu vens a fazer cócegas na memória, a me lembrar de que tudo é transitório, menos o amor.
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a gente tem medo de falar  que ama. amor não é tesão. nem posse. amor tem a ver com afinidade. com liberdade. com o que nos une. o amor é a melhor parte da humanidade.

(Bianca Velloso)


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