talvez o que nos trave a escrita seja o medo
mas não qualquer medo
o medo de ser observada por dentro
...
me incomoda ser observada por fora
por dentro ainda mais
...
às vezes nem eu mesma gosto de me observar
nem de encarar o espelho
nem de olhar o dentro
...
o dentro é denso
infinito, infindo
buraco negro
impreciso
incompleto (ainda bem)
e é o que move
é o passo a frente
que às vezes pode ser um passo atrás
(ou um pé atrás)
é do através que eu gosto
sem racionalizar demais
nem internalizar
é o meu jeito desajeitado de dançar
às vezes o que nos bagunça é o que nos organiza
(ou harmoniza)
e mais do que isso não precisa
(Bianca Velloso)
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