sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

O fim do mundo



Ontem um menino me contou que estava num abrigo subterrâneo, protegendo-se do fim do mundo. Só metáfora. Fugia de si mesmo.

Mas, o que aconteceria se o mundo realmente acabasse? Tentei criar este fim no meu espaço imaginário, o meu olhar de fim de mundo... Acredito muito no que Galeano conta:

“Um homem do povoado de Neguá, no litoral da Colômbia, conseguiu subir alto no céu e na volta contou: disse que tinha contemplado, lá de cima, a vida humana. E disse que somos um mar de foguinhos. O mundo é isso, revelou: um monte de gente, um mar de foguinhos. Não existem dois fogos iguais. Cada pessoa brilha com luz própria, entre todas as outras. Existem fogos grandes e fogos pequenos, e fogos de todas as cores. Existe gente de fogo sereno, que nem fica sabendo do vento, e existe gente de fogo louco, que enche o ar de faíscas. Alguns fogos, fogos bobos, não iluminam nem queimam. Mas outros, outros ardem a vida com tanta vontade que não se pode olhá-los sem pestanejar, e quem se aproxima se incendeia.”

Sendo assim, se o mundo realmente acabasse seria com uma explosão silenciosa, ou talvez uma explosão musical, música clássica, Vivaldi! Ou quem sabe um samba de Noel? Música doce e suave. E nós, os foguinhos, iluminaríamos o espaço sideral com muitas e muitas cores. Sem dor, sem tristeza, sem mágoas. Só luz e cor: o amor!

- Bianca Velloso - 

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