domingo, 18 de janeiro de 2015

paragem



faz escuro dentro dela. ela está enrodilhada nos pensamentos desconexos que antecedem o sono. observo o semblante mudo, travesso e sereno desta mulher. minha mulher? minha mulher, tão independente, tão dona de si. mulher que cabe tão bem dentro dos meu braços, dos meus passos, dos meus dias. poesia. tenho sono, mas me detenho naquela lua que ela equilibra na preamar do instante. com a ponta do dedo toco-lhe a ponta do nariz. e todo espaço se ilumina de estrelas com o sorriso que ela desata. desatino. vazante. orifícios. sendas. luz. penumbra. jorro. pequena morte. nascente. nela amanheço.

- Bianca Velloso -

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